O estudo da atracção gravitacional da Terra pode ser utilizado para um melhor conhecimento da estrutura da litosfera e da sua mobilidade. Nos finais do século XIX, muitos geólogos começaram a recolher várias evidências de que as linhas de costa, por exemplo, numa determinada zona costeira, tinham mudado ao longo do tempo geológico em algumas zonas do Globo.
Denomina-se habitualmente teoria da isostasia às hipóteses que procuram interpretar as compensações que ocorrem em profundidade dos relevos superficiais em função do seu peso (densidade). A partir de determinada profundidade (50 a 100 km), no manto superior, a temperatura é suficiente para haver um comportamento plástico dos materiais constituintes dessa zona e o material crustal mais rígido (a crusta continental e a crusta oceânica) "flutua" sobre o material plástico - nível de compensação isostático.
Os mecanismos de conservação do equilíbrio designados por ajustamentos isostáticos foram defendidos em meados do século XIX por dois geofísicos britânicos, John Pratt e George Airy:
- a hipótese de Airy diz que os blocos crustais apresentam a mesma densidade e diferentes espessura; enquanto que Pratt afirmava que os blocos crustais têm diferentes densidades.
- segundo Airy, os blocos continentais estão mais elevados que os oceânicos, pois têm maior espessura; Pratt diz que os mesmos estão todos ao mesmo nível.
- na hipótese de Pratt, a crusta continental possui maior elevação, visto que é mais densa que a oceânica.
É frequente encontrar em alguns pontos da superfície terrestre anomalias isostáticas, isto é, verifica-se uma diferença entre o valor do peso medido (real) e o valor calculado (teórico). A erosão e o degelo são processos naturais capazes de alterar o equilíbrio, originando anomalias isostáticas negativas que são compensadas por levantamentos verticais da litosfera. Por sua vez, a sedimentação e as glaciações originam anomalias isostáticas positivas compensadas por afundamentos verticais da litosfera.